O QUE FAZER QUANDO A CRIANÇA APRESENTA BAIXO DESEMPENHO

Imagem de Sofía López Olalde por Pixabay

Se tem algo que preocupa as famílias e os educadores é o baixo rendimento escolar e/ou um atraso no desenvolvimento da criança. Mas calma, primeiro é preciso entender os motivos que levam a esse baixo rendimento, que nem sempre é preguiça, desinteresse ou falta de esforço e mesmo que seja, ainda assim, existe um motivo que desencadeia esses comportamentos.

É preciso lembrar que somos únicos, cada um de nós tem sua forma de aprender, de se motivar e também existem vários fatores envolvidos. Quando lidamos com alguma situação em que a criança está desmotivada a primeira coisa a se fazer é ter um olhar atento e uma escuta ativa, observar o comportamento da criança, sentar e ter uma boa conversa, sem julgamentos, mas procurar ouvir o que a criança tem a dizer.

Outro ponto importante é observar se ela está apresentando dificuldade na aprendizagem de algum conteúdo específico ou se você percebe algum sintoma que está prejudicando seu desempenho no geral, como dificuldade de focar a atenção por exemplo, pois esse é um fator que gera desmotivação, uma vez que ela não consiga superar as dificuldades é bem provável que ela desista. E você pode ajuda-la dando apoio e incentivo para superação dessas dificuldades, algumas vezes, inclusive, procurando ajuda especializada neuropsicopedagógica ou psicopedagógica.

Eu já falei em outros artigos sobre os fantasmas do passado que ainda nos rondam, mesmo com o avanço das neurociências e do conhecimento que temos hoje sobre como funciona o cérebro humano, muitas crianças continuam recebendo rótulos quando não atendem as expectativas em relação ao aprendizado, porém esses rótulos não contribuem em nada, pelo contrário, prejudicam ainda mais a criança.

Nestes casos a parceria entre escola e família é fundamental para que consigam ajudar a criança, pois o professor pode dar informações importantes sobre o comportamento em sala de aula e mesmo dentro do ambiente escolar, e por outro lado a família tem informações preciosas sobre o histórico da criança, a rotina familiar e o contexto de vida que estão vivenciando no momento em que a criança começa a apresentar o baixo desempenho.

Existem vários fatores que podem influenciar no aprendizado, como os emocionais, os biológicos e os ambientais, além de muitos outros. Sendo assim é preciso paciência e empatia para se colocar no lugar da criança, não descartando nenhuma possibilidade logo de cara. Lembre-se que quando nos sentimos acolhidos e seguros temos uma chance maior de nos superarmos, porém quando somos pressionados e nos sentimos incompreendidos aumentam as nossas chances de fracasso.

Se mesmo com todo apoio que você e a escola têm dado os sintomas persistem, então o melhor a se fazer é buscar uma avaliação diagnóstica, pois com a aplicação de testes específicos para a aprendizagem e o olhar treinado do especialista ficará mais fácil identificar a causa que desencadeia tais sintomas e fazer uma intervenção adequada para que a criança supere suas dificuldades.

Enfim, o mais importante é buscar valorizar os pontos positivos, as conquistas e habilidades que a criança tem. Uma criança com uma autoestima adequada, confiante e que desenvolve habilidades socioemocionais terá maior facilidade de superar os desafios que forem aparecendo durante seu processo de desenvolvimento e, lógico, quando necessário, buscar ajuda adequada para a criança, não deixando que os sintomas piorem e que isso traga prejuízos ainda mais sérios para a sua vida. Não deixe o problema se arrastar, quanto antes os sintomas são tratamos melhores são os resultados.

Cristiane Saraguci – Neuropsicopedagoga Clínica

Deixe um comentário

Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora