Autismo e Deficiência Intelectual: como lidar com os comportamentos difíceis?

Foto por Olya Kobruseva em Pexels.com

Primeira coisa que precisamos ter em mente é que não existe comportamento difícil sem reforçador. Na verdade, todo comportamento humano é moldado por reforçadores positivos ou negativos. Isso é indiscutível! Toda birra, todo comportamento inadequado, possui uma função.

Sabendo disso, o primeiro passo é observar o que antecede o comportamento. Um dos motivos mais comuns é a criança querer chamar a “atenção” através do comportamento inadequado. Isso acontece porque a nossa tendência é dar mais atenção para o comportamento inadequado ao invés do comportamento adequado. E como lidar com essa situação?

Uma boa estratégia é prestar atenção na hora de dar o reforço positivo, observe o momento em que ela está tranquila, assistindo TV por exemplo, e reforce dando muita atenção. Ou seja, você começa a criar reforçadores positivos, ou seja, motivadores, para que ela perceba que terá a sua atenção ao se comportar de maneira adequada e não o contrário (isso não se enquadra os casos de autoagressão, nestes casos temos que conter o indivíduo).

Outra situação que costuma reforçar um comportamento inadequado é a “fuga”, ou seja, a criança quer se livrar de uma tarefa e para isso ela apresenta uma “crise”, nós pegamos a criança e vamos dar uma volta ou tiramos ela daquela tarefa. O que estamos fazendo? Reforçando que para se livrar de algo basta ela manifestar um comportamento inadequado.

Nestes casos, quando a criança é não verbal (não falam), além do reforçador, pode-se utilizar comunicação alternativa com imagens. Os comportamentos ocorrem porque a criança quer comunicar algo e essa é a forma que ela encontra de dizer que quer ou não quer alguma coisa. Você pode utilizar fotos, figuras, imagens para ensiná-la a mostrar para você o que deseja ao invés de se comportar de maneira inadequada.

Optando pela comunicação alternativa é preciso paciência e disciplina pois a criança aprenderá por repetição. Identifique primeiro o que antecede o comportamento e o tempo em que ele ocorre (monitore o comportamento antes de começar a intervenção). Apresente a imagem que corresponde ao que ela deseja antes dela emitir o comportamento, pegue na mão dela e verbalize o que ela quer, simule a entrega da imagem para você e a leve até o local ou objeto que ela deseja. Faça isso frequentemente, antes dela emitir o mal comportamento, repetidas vezes. Mas atenção, quando ela emitir comportamentos inadequados “não reforce fazendo o que ela deseja”.

Ensinar outras coisas para a criança também é uma excelente estratégia, pois quanto maior o repertório da criança, menos comportamentos inadequados ou agressivos ela emitirá. Esse indivíduo pode se ocupar fazendo coisas diferentes.

O que eu sempre aconselho é estudar muito antes de tomar qualquer decisão e procure um profissional especializado em manejo comportamental, que seria o Psicólogo especializado em Análise do Comportamento Aplicada – ABA. Pesquise antes de contratar esse profissional para garantir que ele tenha experiência no tratamento de pessoas autistas e deficientes intelectuais. O tratamento com equipe multidisciplinar também é fundamental para que a criança desenvolva habilidades sociais e de comunicação, além de melhorar sua aprendizagem e autonomia.

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