Transtorno Opositivo Desafiador – TOD

Imagem de Hanna Kovalchuk por Pixabay

O estudo das neurociências aplicada ao desenvolvimento emocional infantil, no intuito de compreender as relações entre o cérebro e o desenvolvimento emocional na infância, constitui um vasto campo de pesquisa clínica e teórica. Estes estudos são muito importantes para o avanço no conhecimento da relação entre o cérebro e suas funções mentais.

Existem alguns transtornos psiquiátricos na infância que são mais conhecidos, como o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), seguido do TOD (Transtorno Opositivo Desafiador) e o Transtorno de Conduta.

O Transtorno Opositivo Desafiador, ou TOD, encontra-se dentro dos transtornos de conduta.

De acordo com CID 10 (F91.3) – Transtorno Desafiador e de Oposição:

Transtorno de conduta manifestando-se habitualmente em crianças jovens, caracterizado essencialmente por um comportamento provocador, desobediente ou perturbador e não acompanhado de comportamentos delituosos ou de condutas agressivas ou dissociais graves. Para que um diagnóstico positivo possa ser feito, o transtorno deve responder aos critérios gerais citados em F91.3; mesmo a ocorrência de travessuras ou de desobediência sérias não justifica, por si próprio, este diagnóstico. Esta categoria deve ser utilizada com prudência, em particular nas crianças com mais idade, dado que os transtornos de conduta que apresentam uma significação clínica se acompanham habitualmente de comportamentos dissociais ou agressivos que ultrapassam o quadro de um comportamento provocador, desobediente ou perturbador.

O início de sua manifestação ocorre antes dos 8 anos de idade e, se não tratado, poderá piorar muito na adolescência.

A prevalência é de 2 a 16% das crianças em idade escolar e mostra-se mais comum em meninos do que em meninas.

Conforme o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-V), está dentro de transtornos disruptivos, do controle de impulsos e de conduta.

Quem nunca se deparou com uma criança extremamente opositiva e desafiadora, que discute por qualquer motivo, não assume seus erros e faz questão de demonstrar que não será fácil negociar com ela, mesmo que a circunstância mostre que sua atitude é totalmente sem lógica. Ela constantemente se desentende com seus grupos de convivência e família, tornando tudo muito difícil. Essa criança pode estar apresentando sintomas do Transtorno Opositivo Desafiador.

É muito comum que o TOD esteja associado ao TDAH (50% dos casos), sendo assim, é importante observar as crianças para que os sintomas sejam tratados evitando dessa forma os problemas de aprendizagem e baixo rendimento escolar. Geralmente, os ambientes familiares são conturbados e os pais divergem quanto a forma de educar e estabelecer limites aos filhos, porém existem evidências genéticas e neurofisiológicas que podem predispor seu desenvolvimento.

É comum que os pais, dessas crianças que apresentam um comportamento “difícil”, evitem de sair com elas, deixando aos cuidados de avós ou parentes próximos. Na escola também acabam sofrendo bullying e são mal compreendidas.

Como outros transtornos, o TOD precisa de avaliação e acompanhamento multidisciplinar, dependendo basicamente de três eixos: medicação, psicoterapia comportamental e suporte escolar.

Quantos antes buscar tratamento, melhores serão os resultados. Portanto não hesite em levar a criança que apresenta os sintomas citados, para uma avaliação com especialista.

Cristiane Saraguci – Neuropsicopedagoga Clínica e Institucional

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